Entre os muros da escola

No saguão do cinema a fila era grande.
Entre CHE, a história do guerrilheiro argentino, com direito a Rodrigo Santoro no papel de Raul Castro, Fiel documentário sobre o fatídico dia da queda do Corinthians para segunda divisão, entre outros filmes, elegi Entre os Muros da Escola porque futura professora que era, afinal começaria na profissão em uma semana, instigou-me ver o filme que lidasse com a temática.
“Entre os Muros da Escola” retrata de alguns dias do ano letivo de uma escola na periferia francesa.
Fui com uma amiga também professora e, me pareceu que boa parte da platéia era como nós: ou é ou será. Tal impressão surgiu conforme a história se desenrolava, a cada conflito que o docente do filme passava as reações da platéia era de um fatiga de saber que “é assim mesmo”.
A sinopse divulgada pelos cinemas diz: “Um jovem professor leciona em uma escola de ensino médio em uma escola da periferia de Paris. Enquanto ele e seus colegas se esforçam para que o ano letivo tenha o melhor rendimento possível, os alunos adolescentes correspondem com descaso e rebeldia.
A sensação era de “já ter visto esse filme antes”.
E se por um lado essa sensação não passa durante o filme todo, por outro o filme envolve por expor o contrário do que a sinopse diz.
Não se trata da velha guerra entre professores dedicados e alunos desinteressados.
Isso porque o filme expõe as dificuldades do docente de reconhecer e trabalhar diferenças, de sair do cronograma previsto e constante tensão emocional que a todo custo não pode ser exposta aos alunos. Do outro lado o filme não demonstra descaso por parte dos alunos, rebeldia sim no sentido de não pertencimento e na falta de apropriação dos assuntos abordados, entretanto profundo interesse em novas atividades apesar da resistência inicial de costume.
Por fim Entre os muros da escola vale a pena por as diversas faces do conflito escolar e suas infinitas máscaras. E apesar de tratar com pinceladas a questão institucional é centrado na difícil relação pessoal que se trava entre professores e alunos independente da vontade de ambos.

Renata Cirilo

1 comentários:

Leandro Gomes

Este filme é realmente muito interessante. Isso me lembrou um documentário chamado Pro dia nascer feliz, conhecem?
Mas tb tem filmes mais esperançosos, que nem Sociedade dos Poetas Mortos.
Adorei o blog, continuem com este projeto, beijos.